Botucatu e Pratânia discutem por Localização de bairro rural


As prefeituras de Pratânia e Botucatu(SP) estão em uma “queda de braço” por causa da localização de um bairro rural, que fica no limite entre os dois municípios. Um dos motivos da polêmica envolve a arrecadação de impostos. No bairro rural há uma grande área com produção de laranja, cana, eucalipto e criação de gado. Atualmente, Botucatu ocupa a 10ª posição no estado em extensão e perder parte do território não está nos planos.
Roque Burgareli mora há 35 anos no bairro rural Monte Alegre, um dos mais tradicionais de Botucatu. A distância do local até o centro da cidade é de 27 quilômetros. Já do sítio dele até Pratânia é bem mais perto: são quatro quilômetros. Por isso, quem mora no bairro Monte Alegre usa quase todos os serviços públicos da cidade vizinha. Até na eleição, eles votaram em Pratânia. “Todo mundo que mora aqui vota em Pratânia. Ninguém vota em Botucatu”, disse.
O produtor rural Jorge Bozoni também é um dos moradores do Monte Alegre em Botucatu. Para ele seria melhor o bairro ser incorporado ao município de Pratânia. Mas o sitiante sabe que a decisão será difícil. “Não sei se Botucatu vai querer abrir mão por causa dos impostos. Pra nós seria melhor para Pratânia porque ajudaria o local a crescer. E também ajudaria a gente”, contou.
O prefeito de Pratânia, Roque Joner (PR), diz que a ideia de mudar o bairro rural de perímetro urbano partiu dos próprios moradores que fizeram um abaixo-assinado e entregaram ao estado. “O que não temos hoje são os impostos. Botucatu arrecada os impostos e quem tem todas as despesas é Pratânia. O benefício seria grande porque teríamos também o ICMS, o ITR, o ISS, enfim, todos os impostos viriam para Pratânia”.
As alegações do prefeito são baseadas em números. Só no mês passado, as ambulâncias de Pratânia prestaram 53 atendimentos no Monte Alegre. Já o sistema de saúde atendeu 110 pessoas que moram em Botucatu. A prefeitura de Pratânia tem gasto por mês R$ 9 mil no transporte de alunos de Botucatu que estudam na cidade vizinha.
O prefeito de Botucatu, João Cury (PSDB), não gostou de ter que dividir as terras do município. Um dos argumentos é que nos últimos dois anos e meio, a cidade investiu mais de R$ 2 milhões em manutenção no bairro do Monte Alegre. “Palavra de ordem entre os municípios não é competição. A palavra de ordem é cooperação. Hoje se juntos já é difícil a gente superar todos os desafios, imagine se nós resolvermos tratar individualmente dos nossos desafios. Imagine se Botucatu resolve fechar suas fronteiras para os irmãos dos municípios vizinhos. Isso não é correto”, afirmou.

Fonte G1
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