
A família e amigos negam o envolvimento do homem na ação da quadrilha. Ivan era morador de Botucatu, da Vila Real.
O Jornal Leia Notícias, com exclusividade, teve acesso aos documentos que apontam que Ivan conta com prisões e condenações por crimes cometidos em Botucatu e também na cidade de Ibati, no Paraná, como porte ilegal de cartuchos de arma de fogo, furtos, desacato e destruição de patrimônio público.
Em 2010, no Paraná, aos 19 anos, Ivan de Almeida foi flagrado com três cartuchos de calibre 28. Quando foi colocado dentro da viatura policial, resistiu à prisão e desferiu chutes dentro do veículo, danificando a viatura. A arma não foi localizada. Por esse crime foi condenado há 2 anos de prisão.
No ano de 2015, em Botucatu, foi preso após causar danos na casa dos próprios pais, na Vila Real. Com a chegada da Guarda Civil Municipal, ele tentou fugir e quando não conseguiu iniciou ameaças e ofensas contra os agentes, como “guardas filhos da p…”, e agrediu um GCM com golpes com um pedaço de madeira, com pregos na ponta. O GCM ficou ferido. Dentro da viatura da GCM, Ivan causou danos ao patrimônio público. Por esse crime foi condenado há 7 meses de prisão.
Em 2017, ele foi preso por furto contra um prédio da Secretaria Estadual de Saúde, na Vila Santana, em Botucatu. Ele invadiu o local, arrombou a porta e furtou um televisor de 42 polegadas. No Boletim de Ocorrência consta que ele confessou que iria trocar o aparelho por entorpecentes. Ivan foi condenado há 2 anos de prisão por este crime.
Em 2019, 20 dias após deixar a penitenciária pelo crime de furto contra o prédio da Secretaria de Saúde do Estado, Ivan foi preso novamente por furto, agora em uma residência na Rua Campos Salles, no Centro de Botucatu. Ele invadiu a casa e subtraiu uma televisão de 42 polegadas, objetos pessoais, como perfume, roupa e carregador de celular e um cavaquinho. Ele foi localizado pela GCM escondendo os objetos na Vila Sônia e foi preso em flagrante.
Pelo último crime, Ivan foi condenado há 2 anos, 11 meses e 16 dias. Quando foi morto, ele ainda estava cumprindo a pena em regime aberto. O término da pena seria apenas maio de 2022. O cálculo desta pena foi publicado um dia antes da sua morte.
O histórico prisional dos últimos dois crimes cometidos demonstra que Ivan de Almeida foi transferido muitas vezes para diversos presídios, confira:
• De 14 de junho de 2017 até 30 de maio de 2018, ficou no Centro de Detenção Provisória de Itatinga.
• De 11 de outubro de 2018 até 26 de outubro de 2018, ficou na Cadeia Pública de Itatinga.
• De 26 de outubro de 2018 até 14 de fevereiro de 2019, ficou no Centro de Progressão Penitenciária “Professor Noé Azevedo”, de Bauru
• De 14 de fevereiro de 2019 até 27 de fevereiro de 2019, ficou no Centro de Detenção Provisória ASP “Francisco Carlos Canesche”, de Bauru
• De 27 de fevereiro de 2019 até 22 de abril de 2019, ficou na Penitenciária “Sargento PM Antônio Luiz de Souza”, de Reginópolis
• De 22 de abril de 2019 até 24 de abril de 2019, retorna para o Centro de Detenção Provisória ASP “Francisco Carlos Canesche”, de Bauru
• De 24 de abril de 2019 até 10 de maio de 2019, retorna para a Penitenciária “Sargento PM Antônio Luiz de Souza”, de Reginópolis
• Ele foi solto no dia 10 de maio de 2019.
• No dia 30 de maio de 2019 foi preso novamente por outro crime.
• Do dia 30 de maio de 2019 até 4 de janeiro de 2020, foi para o Centro de Detenção Provisória de Itatinga.
• Do dia 4 de fevereiro de 2020 até 30 de março, foi para o Centro de Detenção Penitenciária “Dr. Alberto Brocchieri”, de Bauru.
• No dia 30 de março é colocado em regime aberto – prisão albergue domiciliar, onde deveria ficar na casa da sua família até o final da pena, em maio de 2022.
Crimes na Infância
Segundo consta no último processo, Ivan de Almeida relatou a profissionais de Saúde, que aos 12 anos de idade ficou detido 11 dias em uma delegacia por ter cometido um roubo. Aos 13 anos passou a consumir crack e maconha e havia sido internado em clínicas de reabilitação.
A Polícia
Sobre a morte de Ivan, após confronto com a Polícia, o subcomandante do 12º Batalhão da Polícia Militar, Major Cagliari, esclarece que não houve erro ou ilegalidade na ação policial. O homem abandonou o veículo na rodovia e se escondeu no matagal. “Nesse confronto, onde o indivíduo faleceu, também resultou no ferimento de dois policiais militares. Ele estava no mato, em uma região de difícil acesso. Pela manhã, o grupamento entrou no matagal e foi recebido a tiros. Esse indivíduo estava portando um fuzil 762, que é uma arma alta condição de tiro, uma arma de guerra, que fura carro blindado. Ele estava utilizando colete a prova de bala. A ação foi legítima e resultou na morte deste indivíduo. Os policias militares foram feridos por tiros de fuzil, do mesmo calibre que este indivíduo estava portando”, afirma.
A família
Dr. Luís Carlos Medina, advogado da família do homem que foi morto conversou com a reportagem. “A família me passou que há duas semanas ele saiu de casa e foi morar debaixo do viaduto (na Domingo Sartori, sobre a Rodovia Marechal Rondon). Os familiares alegam que ele não tem ligação com esse crime”, disse.
Confira a folha de antecedentes de Ivan de Almeida:







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