Polícia apura versão dada por suspeito de matar esposa e enteada de 9 anos em Pompeia



Fabrício confessou que matou a criança por asfixia, mas de acordo com a polícia, vítima foi encontrada com lesão na cabeça; Polícia aguarda laudo da morte para concluir inquérito. Mãe e filha foram encontradas enterradas no quintal de casa.





Suspeito de duplo homicídio cometido em Pompeia (SP) confessou ter assassinado mulher e enteada — Foto: Arquivo Pessoal




A Polícia Civil de Pompeia (SP) está apurando algumas controvérsias encontradas nos depoimentos do homem que foi preso suspeito de matar a esposa e a enteada de 9 anos. Os corpos das vítimas foram encontrados enterrados no quintal da casa onde moravam no dia 2 de fevereiro.


De acordo com o delegado Cláudio Anunciato Filho, o suspeito disse que matou a enteada Karoline Vitória dos Santos Guimarães por asfixia, mas a vítima foi encontrada com uma lesão na cabeça. Já Cristiane Pedroso dos Santos Arena, de 34 anos, foi morta com um golpe de faca, segundo o suspeito informou à polícia.


Novas testemunhas do caso também estão sendo ouvidas, mas o delegado explicou que ainda não pode informar sobre o andamento das investigações. O inquérito do duplo homicídio deve ser concluído nas próximas semanas.


As autoridades policiais aguardam os laudos com a causa das mortes para concluir o inquérito. As investigações continuam para apurar a história contada por Fabrício Buim Arena Belinato, psicólogo de 36 anos, no depoimento em que confessou o crime.






VÍDEO: segundo a polícia, menor se apaixona por padrasto e ambos se unem para matar a mãe e irmã



O delegado informou ainda que a adolescente de 16 anos, enteada do psicólogo, continua negando a participação no assassinato da mãe e da irmã.


A menor está sob custódia da Justiça e mantém a versão de que apenas ajudou a enterrar os corpos no quintal. De acordo com a Polícia Civil, a adolescente combinou o crime com o padrasto por estar apaixonada por ele.


Entenda o caso


Cristiane Pedroso dos Santos Arena, de 34 anos, e a filha Karoline Vitória dos Santos Guimarães, de 9 anos, estavam desaparecidas desde o fim do ano passado. Os corpos delas foram encontrados enterrados no quintal da casa onde moravam, no dia 2 de fevereiro, sob um contrapiso de concreto.


No dia em que os corpos foram localizados, a filha de 16 anos da vítima foi apreendida. Já Fabrício foi preso no dia 8 de fevereiro em Campo Grande (MS), enquanto trabalhava em uma obra.



Mãe e filha de 9 anos foram mortas em Pompeia; padrasto confessou o crime e enteada de 16 anos diz que ajudou a enterrar os corpos da mãe e da irmã — Foto: Arquivo pessoal


Em depoimento à polícia, Fabrício contou que matou primeiro a esposa com um golpe de faca durante uma briga, alegando suposta legítima defesa. Logo depois, confessou que matou a enteada asfixiada com a mão, mas somente um mês depois do ocorrido, porque ela estaria perguntando sobre a mãe.



"Primeiro ele matou a mulher porque a filha não gostava da mãe, e já tinha rixa com ela. Eles estavam apaixonados. E aí depois mataram a menina, não porque ninguém gostava da menina, mas para ocultar o crime. A morte da menina foi para não vir à tona o primeiro homicídio", esclarece o delegado.



Corpos de mãe e filha estavam enterrados em quintal de casa em Pompeia; suspeito alega ter matado esposa em suposta legítima defesa após uma briga — Foto: João Trentini/Divulgação


Quando chegou à delegacia de Marília no final da noite de terça-feira (9), o suspeito disse à imprensa que se arrepende do crime (veja abaixo). Ele teve a prisão preventiva decretada e foi levado para penitenciária de Álvaro de Carvalho.


As vítimas foram sepultadas na tarde de 3 de fevereiro no Cemitério de Pompeia, sob forte comoção. Segundo as declarações de óbito, divulgadas pela família, as quais o G1 teve acesso, Cristiane morreu por hemorragia aguda e Karoline, por traumatismo craniano.






Fabrício confessou o duplo homicídio em Pompeia (SP) durante depoimento à polícia e agora está sob custódia da justiça



A principal linha de investigação da Polícia Civil é que a adolescente apreendida mantinha um envolvimento amoroso com o padrasto. Por isso, além do duplo homicídio e ocultação de cadáver, Fabrício é investigado por estupro de vulnerável, já que teria abusado sexualmente da enteada mais velha há vários anos.


A adolescente diz não ter participado do assassinato da mãe da irmã, mas confessa ter enterrado os corpos junto com o padrasto. Segundo o delegado, ela indicou à polícia o local exato onde estava enterrado o corpo da irmã.


"Ele [Fabrício] confirmou que mantinha um relacionamento com ela [a adolescente] a partir do momento que ela fez 15 anos, em 2019. A partir daí, eles começaram a conviver praticamente como marido e mulher e o relacionamento dele com a esposa Cristiane foi enfraquecendo", conta o delegado.



Mãe e filha de 9 anos foram encontradas enterradas no quintal da própria casa em Pompeia; filha de 16 anos indicou aos policiais onde estavam os corpos das vítimas — Foto: Divulgação


De acordo com o advogado e sociólogo Otávio Barduzzi, a Justiça considera estupro de vulnerável, independente de consentimento, quando um adulto se relaciona com um adolescente menor de 14 anos.


Já dos 15 aos 16 anos, o advogado afirmou que cabe ao réu provar que a relação foi consentida e pode ser necessário que o jovem passe por exames psicológicos para que seja avaliada a capacidade de discernimento dela.




Fabrício Buim Arena Belinato foi capturado pela polícia em Campo Grande (MS) trabalhando em uma obra — Foto: Arquivo pessoal


* Colaborou sob supervisão de Eduardo Ribeiro Jr.


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